[RP FECHADA] I don't love you but I always will

Je voulais être un oiseau de voler au-dessus de la mer.

E depois de tanto tempo, eu finalmente estava me sentindo mais relaxado. Os semideuses encarregados de procurar os sobreviventes e leva-los para o novo acampamento, haviam me encontrado. Claro, seria estranho demais se nosso caminho até o local desejado não tivesse sido interrompido por um monstro, mas este apareceu antes do rapaz e da jovem aparecerem, para ser mais especifico, eles me salvaram antes de corremos as escuras até um local seguro. Eis que depois de algumas horas de caminhada, chegamos em uma vila que, segundo eles, era uma vila onde semideuses circulavam sem problemas, próxima ao acampamento. Ficaríamos ali esperando os outros semideuses perdidos para poder ir ao acampamento.

Eles pararam para comer em um lugar, mas eu não estava com fome. Minha curiosidade de conhecer o local era maior. Disse que os encontrara naquele lugar em uma hora no máximo. Joguei a mochilas nas costas, que continha os mantimentos que havia roubado para sobreviver este tempo, e saí da lanchonete em que estavam. Eu sempre gostava de chamar atenção, mas não daquela maneira, e não tinha culpa se minha camisa estava rasgada em algumas partes, principalmente em baixo, onde precisei rasgar para amarrar em meu braço, onde o telquine havia me cortado.

De fato, a vila parecia calma, o que eu não estava muito acostumado, já que para mim, locais calmos demais eram sinônimos de encrenca. Depois de um tempo andando pelo local, cheguei à orla de lá. Não tinha coisa mais relaxante que sentir a brisa marinha em seu rosto, sentei-me na bancada do calçadão, de frente para o mar. É impossível você estar em uma praia sozinho e não começar a pensar nas coisas que tinha acontecido. Quem será que teria conseguido escapar? Alguém morreu? Duvidas que só seriam respondidas quando chegasse ao acampamento. Enquanto isso só me restava relaxar observando o mar, coisa que não fazia há tempos.

Havia acabado de chegar da Alemanha, ainda o sumiço do meu irmão me deixava um pouco pensativo na vida. Não queria ter que ficar sem ele para sempre. Ouvi boatos sobre que ele seguiu a discórdia e partiu rumando o castelo dela no Tártaro. Como chgar ao inferno e resgatá-lo? Tinha que elaborar um plano, nem que eu fosse sozinho eu ia trazer ele de volta e voltaríamos a ser como era antes, eu só queria o motivo de tudo aquilo. Fechei os olhos enquanto colocava uma camiseta regata branca, meus shorts eram negros. Depois de colocar os chinelos corri em direção ao chalé de Poseidon para ver se tudo estava em plena harmonia. Já que não morava mais por lá eu tinha que fazer algumas patrulhas diárias para auxiliar os novatos que lá chegavam, na realidade nunca chegavam. Acho que meu pai havia fechado a fábrica de semideuses, pensei com um doce sorriso na face. Como de costume eles não precisavam de mim, dei algumas ordens para que todos arrumassem o chalé, não queria ter que chegar lá ver tudo em uma perfeita zona, infelizmente este meu lado um pouco metódico incomodava a todos, mas era algo que eu não conseguia controlar. Decide explorar a vila olimpiana, havia um fast food fantástico de uns filhos de Dioniso. Umedeci os lábios e toquei no meu colar de pérola lembrando-se da minha inesquecível missão de Quione.

Assim que cheguei à orla da praia tirei a camisa e respirei aquele ar puro. Fitei o lugar em minha volta e tentei entender por que estava tão silencioso e vazio, andei um pouco de afastando da margem do mar. Vi um garoto idêntico ao que eu namorava, ele parecia estar um pouco maduro não poderia ser ele, tentava respirar, mas meu corpo não parava de pulsar. Eu achava que Charles havia sido morto na América, foi o que aquele centauro me disse, como assim ele estava quase na minha frente, aproximei dele com pressa. — Charles! — Berrei para que os deuses escutassem, ele voltou seu olhar aos meus e veio de encontro comigo. — Mas, mas como? — Dei um abraço forte nele não me importando com sua situação atual, ele era o meu único amigo no acampamento e alguém que me ensinou brevemente o que era amar. — Achei, achei... — Não conseguia enunciar nenhuma palavra só o apertava com força. — Você está bem? — Repetia a pergunta inúmeras vezes, era tão bom ver alguém importante em sua vida vivo. Já tinha perdido, mãe, irmão, achava que tinha o perdido também. — Estou confuso, achei que você estaria morto, foi o que Quíron me disse no dia que todos subiram nos navios... — Afastei de teus braços tentando entender o que ele poderia ter passado as dificuldades. — Eu ia voltar naquela noite, eu ia, mas não deixaram, falaram que eu tinha um dever com o acampamento. — Não tinha uma noite que não me culpava por tê-lo deixado para trás, mas eu tive que guiar os outros para a Europa. Sentia no dever de explicar tudo. — Pelos deuses... Você está vivo. — Não acreditava estar o vendo em minha frente. Queria manter a calma, mas era tão complicado.

Lorsque vous y attendez le moins, quelqu'un apparaît.

Sim, assim que escutei alguém me chamando, virei o rosto na direção da voz. O que eu menos esperava, era encontrar alguém conhecido ali, ou melhor, que me encontrassem. Pelo menos não naquele estado que eu estava. Ok, ele estava um pouco diferente, mas a voz e o jeito continuava o mesmo. Era Zach, filho de Poseidon, com quem tive um relacionamento no passado. Arqueei a sobrancelha assustado, ele me abraçou, mas eu continuava parado recebendo seu abraço, não conseguia me mover já que em minha cabeça passavam várias coisas. Zach estava vivo. Quem mais estaria? Então o boato é que eu morri na explosão do barco? Tentei voltar ‘ao mundo real’ balançando a cabeça de um lado para o outro. Correspondi ao abraço do garoto e logo afastei um pouco.

- Zach! Que bom que conseguiu chegar aqui também. – Dei de ombros. – Tirando este ferimento – Apontava o pedaço da caminha meio ensanguentado que estava amarrado em volta do meu braço esquerdo. – Tô bem. É claro, parecendo um mendigo com essa camisa toda rasgada e essas bermudas surradas. Mas fazer o quê? – Respirei um pouco enquanto ele tentava se explicar. – Ei garoto, relaxa. Eu consegui pegar um barco com um filho de Dionisio e um de Hermes. Como você já deve ter ficado sabendo. Então quer dizer que o que anda por ai é que eu morri depois da explosão do barco? É preciso mais que uma explosão pra me derrubar, garoto. – Olhei para o mar antes de voltar a falar num tom mais calmo. – Você já foi ao acampamento? Sabe de mais alguém que está bem?

Sorri quando ele falou que era bom me ver vivo e que eu tinha conseguido encontrar o acampamento, na realidade foi uns dos primeiros a chegar. Auxiliei Quíron a tomar as rédeas da situação e levantar tudo de volta. Vi o ferimento em teus ombros e suas vestes rasgadas. Parecia que tivesse enfrentado problemas, não deixei de olhar teu corte, fiquei um pouco preocupado, mas logo mantive a calma respirando calmamente. Era preciso mais de uma explosão para derrubá-lo, mas então por que ele demorou mais de quatro anos para retornar ao acampamento. Sorri ao ver que ele pensava que o acampamento era algo que foi reconstituído em dias. — Não era a toa que pensava que você estava morto. —  Revirei os olhos balançando levemente a cabeça. — Faz quatro anos que chegamos aqui na Grécia. Por que demorou tanto? —  Umedeci os lábios sorrindo. — Claro que já visitei o acampamento, nós estamos na vila olimpiana, ou seja, aqui também faz parte do acampamento. —  Falei enquanto colocava minha camiseta. — Eu, mais os outros campistas sobreviventes reerguemos tudo, claro com a ajuda dos deuses, dos sátiros, do velho centauro, das ninfas... —  Não iria ficar falando quem participou de tudo aquilo, pois a lista era gigante.

— Têm poucos dos antigos, os novos vieram da Europa mesmo. —  Fiquei um pouco pensativo pensando em todos que perdemos. — Perdemos muitos, amigos, irmãos... —  A brisa da maresia debateu-se sob minha face. — Foi difícil? Viver longe? Sentiu saudades? —  Acho que minha mania por zelar tudo e a todos ficava cada vez mais evidente. Não queria que ele me falasse que tinha sofrido, talvez tomasse suas dores e ficaria triste, mas se fosse esta a realidade eu aceitaria. Odiava ser um bobo sensível, mas isso sempre foi o meu diferencial. Não perderia minha essência. — Você mudou bastante. —  Indaguei olhando teu corpo um pouco mais enxuto de músculos. — Mas acredito que não tenha mudado psicologicamente. —  As pessoas mudam, melhoram ou até mesmo regridem. Tudo isso fazia parte da vida, acho que isso que significava ser um ser humano.

Vous devez comprendre ce qui s'est passé.

- Ah garoto, se eu fosse contar por onde eu estive esse tempo todo, essa conversa só terminaria amanhã. Mas em resumo, eu não sabia onde seria o novo acampamento, então tive que vagar a Europa. – Voltei a me sentar onde estava enquanto fitava o mar. – Logo após a explosão eu acordei em uma praia, não sabia exatamente onde era. Mas enfim tive que vagar pela Europa a procura do acampamento sozinho. Mas claro, tudo isso as escuras por causa dos monstros. Acho que consegui me esconder muito bem já que demorou esse tempo todo para que alguém do acampamento me encontrasse. Por isso estou assim. – Levantava os braços e olhava para minhas próprias roupas surradas. – Então dê-me um desconto, não repare na minha situação atual, por favor.

Então o que os garotos que me encontraram disseram era verdade, a Vila era calma, mas por ser parte do acampamento, agora estava tudo ficando um pouco mais claro. Olhei ao redor para ver se conseguia ver alguma parte do acampamento dali, pois provavelmente ele teria que estar próximo a vila. Mas, desisti quando o filho de Poseidon começou a falar dos sobreviventes. Foi o que imaginei, nem todos conseguiram chegar aqui, provavelmente os mais fracos teriam ficado pelo caminho. Olhei para baixo por um tempo enquanto rostos conhecidos passavam rapidamente pela minha mente. Agora o meu desejo de ir ao acampamento só aumentava, para saber quem estaria lá.

- Foi complicado. – Sorri de lado. – Mas teve um lado bom sabe? Descobri um lado meu que eu não conhecia, mais sério. Eu tive que me virar de todas as formas para conseguir comida e tudo mais, já que não tinha dinheiro. Mas se torna ‘fácil’... – Fazia aspas com os dedos enquanto falava a ultima palavra. – ... conseguir as coisas quando se é semideus e possui algum poder de influencia sobre outra pessoa. Descobri poderes novos que eu nem desconfiava ter. Enfim. Teve seus lados positivos também. – Respirava um pouco antes de voltar a falar. – Quem não sentiria? Saudade de ter um lugar fixo para chamar de lar, onde você pudesse interagir sem medo, uma cama quentinha só sua...

Parava de falar devagar enquanto prestava atenção nas ondas que se quebravam na areia. Aquela outra pergunta dele era um pouco mais complicada. Eu não havia mudado totalmente, mas a maior parte daquele Charles bobo de antigamente, havia ficado para trás. Eu tive que aprender a deixar um pouco a brincadeira de lado, já que a qualquer momento era alvo de monstros. Mal dormia com medo. Tudo isso tinha mexido comigo. Respirei fundo antes de responde-lo em uma voz rouca e calma.

- Ah... Sim, mudei. E talvez tenha mudado um pouco psicologicamente também, tive que lidar com varias coisas que mexeram um pouco comigo. – Olhei para o rapaz com um sorriso no rosto. – Mas deixa isso para lá, fale-me como está. O que tem feito. Essas coisas.

Realmente havia algo de estranho no Charles, sorria enquanto ele falava das suas aventuras, dificuldades e dos pontos positivos e negativos de tudo aquilo. — E eu lá me importo com vestes. — Falei rindo sobre as suas roupas rasgadas. — Que bom que você voltou, por que tudo piorou. — Ele realmente não fazia ideia sobre as mudanças da minha vida, a descoberta de uma família e depois ver o meu irmão se entregar ao caos sem pensar duas vezes.  — Tudo está dando errado... — Comentei meio estranho, só de falar daquilo lembrava-se das minhas tristezas. — Descobri ter um irmão gêmeo, sim é assustador a forma que ele é idêntico à mim. — Indaguei tentando esconder minhas feições. — Mas ele me odeia, fugiu do acampamento para seguir o mal, ou sei lá o que ele pretendia fazer. — Cocei o ombro, não queria lembrar-se da nossa briga e muito menos se lembrar dele falando que me odiava.    

— Mas vou trazê-lo de volta, nem que seja morto. — Sorri com um pouco de esperança no meu olhar. — Ele se chama Theon. — Murmurei o nome próximo ao filho de Héstia. Exatamente era tudo que eu tinha dito: tristeza, tédio, trabalho pesado. Baguncei o cabelo passando a mão neles, as ondas do mar me chamavam. Gritavam por meu nome, podia escutá-las. Minha afinidade com as águas era mágica, dom herdado por meu pai. O qual eu necessitava conversar urgentemente, será que ele estava a par das decisões do Theon? Não queria mais se lembrar dele, fechei os olhos tentando esquecer seu nome. Por um momento esqueci-me da presença do Charles, assim que abri os olhos sorri abertamente para ele.  

Vous devez comprendre ce qui s'est passé.

Devo confessar que aquela informação despertou minha curiosidade. Se um único Zach já dava trabalho, imagine dois? Será que eles eram parecido até nas manias? As perguntas cessaram quando ele disse que seu gêmeo havia seguido caminhos diferentes do dele. Talvez isso respondesse a minha duvida, já que o Zach que eu conheci, nunca que iria para o lado negro. Respirei um pouco esperando ele acabar de falar, ou melhor, esperando ele voltar ao real já que ele se perdeu no mundo dos pensamentos por um momento.

- Não se preocupa com isso grandão, logo você o terá de volta. Eu tenho certeza disso.

Sorri de lado para tentar amenizar a situação. Olhei para os lados, procurando se tinha algo para ver as horas por perto. Já fazia um tempo que eu estava ali e precisava voltar para os garotos que me ajudaram.

- Bem, peixão. Tenho que ir, tem um pessoal me esperando para ir ao acampamento. Nos vemos por lá ok?

O abracei como forma de despedida e em seguida rumei de volta a lanchonete onde a filha de Afrodite e o de Apolo estavam me esperando.