Treinos — Adan Evans

O que seria mais necessário para alguém que pode se dizer "filho das montanhas" do que um espaço com terra e pedras, bastante amplo, de forma que possa fazer seu treinamento pesado?

Talvez menos do que para qualquer um dos outros filhos dos Deuses, e apenas o essencial.
Me vi despertar algumas horas depois de chegar ao acampamento e ser reclamado. Era manhã, e uma breve fresta entre as janelas do chalé iluminava tudo com a luz tenue dourada e

levemente quente a me tocar o centro do peito. Nada incomum para uma manhã de verão.
Coloquei-me então em pé, e aqueci os braços com breves alongamentos enquanto caminhava para fora do chalé. O acampamento ainda estava a despertar aos poucos, e como não sorrir

com a graciosidade das filhas de Afrodite? Ou com as canções dos filhos de Apolo em conjunto com as injúrias ditas pelos filhos de Ares. Tudo muito costumeiro. Nada que realmente me

chamasse a atenção.
Passei então pela casa grande e observei a janela do sotão, onde a tenebrosidade se mantinha, mesmo sem poder ver aquela figura mumificada, que a muito ressurgira em outra menina.
Meus olhos olhos se fecharam por um instante e eu podia ouvir os sons dispersos de passaros e das arvores a farfalharem, assim como a breve vibração da terra a sussurrar sua calmaria,

enquanto muitos ali se movimentavam. A sensação de tranquilidade era muito boa, como a de uma montanha ao alvorecer. Pintada a mão da própria natureza e a vontade dos deuses pela

neve que cobre a mesma e cintila a luz do sol, dando ambiente propício a musica tocada pelos ventos uivantes.
Meus instintos então comeeçaram a falar mais alto, e eu precisava obedecê-los para não endoidar. Corri com o que tinha para a arena, lá poderia liberar toda a tensão que desejasse. Ali, haviam os fantoches de treinamento para espadas e afins, Pesos, Um espaço vago, algumas armas feitas de madeira apenas para aprendizado dos que não sabiam nem ao menos segurar uma arma... Tudo o que precisariamos para aperfeiçoar nossas habilidades.
Por fim, aproximei-me dos fantóches e deixei os martelos - que nunca se separavam das minhas mãos - no chão por um momento.
— Bom, hora de começar....
A replica de humanóide feita de palha prensada e couro de mais ou menos um metro e setenta de altura ficava de frente para mim, onde me coloquei em posição como vira algumas vezes em filmes de ação. Uma pequena sequencia de socos para começar com a destra, obviamente desajeitados e imprecisos como qualquer amador, mas com a vontade que me vinha a queimar desde o amago. Então, uma cotovelada forçando o fantóche a sair da sua posição de forma inútil.
Claro que eu sabia que não moveria o humanóide tão simplesmente, mas de que custaria treinar algo que pudesse ser útil numa hora de apuros? Continuei então, agora alternando os punhos a socar a palha com força, assim como começavam a surgir chutes aos poucos vindos da diagonal baixa para cima, e volta e meia de cima pra baixo.
Entendi por finalizado quando o corpo começou a formigar levemente pelo exercício intenso ao qual não se acostumara diretamente. Cada vez mais forte e mais rápido, mas tudo tinha um limite, até mesmo eu.
Sentei-me entãoo no chão por um pequeno tempo antes de pensar em retomar.

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The Son of the Montain