Demigods Origins
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[Missão Externa] Wonderland

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Mensagem por Hades Ter Jul 30, 2013 8:38 pm

Wonderland

Não havia passado muito tempo desde que tinha conhecido a menina, Alice. Ainda infante, com alguma idade próxima dos 12 anos, a pequena menina de olhos azuis e cabelos louros reluzia felicidade como ninguém. As duas, Alice e Scarlett, conversavam naturalmente como duas antigas amigas, distraídas quando em um reencontro de anos. Em um pequeno momento de distração, Genevieve acidentalmente nota um Coelho Branco de colete. Um animal de características únicas. Ele agia como um humano, se vestia como um humano, e falava como um humano. Surpreendida, ela o segue, até que acidentalmente cai em sua toca. Tal queda revela-se tão única quanto o coelho, durando longos minutos...

RECOMENDAÇÕES
• 8 dias para postagem. Pode pedir mais tempo : D

• O trecho acima é um sonho que você teve, uma visão. Você vai acordar em algum lugar de sua preferência (chalé, casa...), relembrando o seu sonho. Vai reconhecer o lugar onde estava como algum campo aberto no Reino Unido. A partir daí, pode conduzir do jeito que quiser. A pequena Alice esta em perigo? O coelho esta em perigo? Ignora o sonho e vai tomar café da manhã (ehhhh, não)?

• Minhas recompensas sempre vêm de acordo com a condução do texto. Eu quero sentir que todas essas histórias de semideuses e monstros é REAL, seja por meio de batalhas ou pelos pensamentos durante um jogo de war.

• Armas e poderes ao final.
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Mensagem por Genevieve L. Scarlett Qui Ago 08, 2013 2:17 pm



Rolling in the deep
3880 palavras •  Onepost • Não revisei, me desculpa, e desculpa a demora too. ):


Prólogo

Os sonhos normalmente possuem um significado único, o qual quando não são claros torna-se difícil identificar o que ele quer dizer. Meio-sangues possuíam sonhos diretos, pesadelos, melhor dizendo, e Genvieve possuía muitos pesadelos com freqüência, normalmente pesadelos que começavam com a voz daquela mulher; uma voz sonolenta e zombeira. Outros pesadelos eram mais simples, apenas lembranças cruéis das vozes e da visão sísmica das mortes sofridas em batalhas, e no fim a risada de Gaia. Muitas vezes a filha de Tmolo desejou não poder sonhar, poder simplesmente deitar-se fechar os olhos e cair num mar negro como o que via todos os dias. Infelizmente, não existia um botão que desligava a mente na hora de dormir e impedia que sonhos ocorressem.

Ela pensava como seria o sono de um humano. Eles não sofriam constantemente com pesadelos tão concretos, não acordavam com medo de seu sonho tornar-se real todas as noites, não sofriam fisicamente o que acontecia em seus sonhos. Neste ponto ela os invejava. Viviam suas vidas com preocupações que não envolviam serem caçados, mortes e monstros. Viviam num estado de alienação tão grande que para eles o real era ficção, talvez por isso que suas vidas eram tão boas em certos aspectos. Não que a ruiva quisesse ser totalmente humana, entretanto queria possuir algumas características deles, talvez assim toda sua história de vida e sua própria vida atualmente teria uma dor amenizada pela falta de pesadelos intermináveis. Ela queria poder desligar sua mente pelo menos uma vez; pelo menos em uma noite...


Chapter One

O céu estava azul e nenhuma nuvem ousava cobrir qualquer parte dele. O sol esquentava o dia que começara frio e iluminava todos os recantos daquele lugar. As árvores eram altas e suas sombras traziam um abrigo fresco para quem quisesse fugir dos raios do sol um pouco. Flores das mais diversas cores se espalhavam numa confusão de tonalidades chamando a atenção de insetos e animais que as sobrevoavam em busca de pólen. Aquele jardim era digno de um quadro, com toda a beleza da natureza e sem qualquer traço do mundo contemporâneo para estragá-lo. Qualquer um poderia ficar ali, sentado de baixo de uma árvore sentido a brisa fraca e carregada com os doces cheiros das flores bater em seu rosto enquanto fitava a paisagem por horas à fio.

Genevieve piscou algumas vezes depois de vários minutos observando um beija-flor voar de flor em flor, iluminado pelo sol que destacava ainda mais suas brilhantes cores. Ela via as cores? Via o beija-flor? Mas como isso era possível? A ruiva era cega, e nem mesmo antes de ficar completamente na escuridão sua visão era tão perfeita quanto agora. Ela queria gritar para saber o que estava acontecendo, pegar qualquer arma e se preparar para uma luta, entretanto a única coisa que fez foi abrir a boca e não pronunciar coisa alguma, lhe faltava palavras, ou quem sabe estava com medo de falar e mergulhar novamente nas trevas. Alguém se sentou a sua frente e Genevieve notou que estava sentada sobre uma toalha de piquenique onde sobre esta se encontrava uma série de alimentos desde frutas à bolos e tortas. Seus olhos, agora não cegos, fitaram o individuo que se juntara a ela. Uma menina de longos cabelos loiros que acabavam em cachos perfeitos, seus olhos eram azuis como o céu daquele dia e seu vestido da cor de seus olhos. Alice era seu nome, lembrava-se da menina.

Alice sorriu animada enquanto começava a contar sobre sua vida com o mesmo sotaque inglês que Genevieve possuía. Apesar disso, ela soava estranha, o modo que falava parecia muito antiquado e deveras rebuscado para uma garota da mesma idade da filha de Tmolo.

Genevieve prestava atenção nas histórias de Alice, cuja contava sobre as cidades que viajara com seu pai e sobre as lindas borboletas coloridas que encontrara em uma de suas viagens. A ruiva estava distraindo-se com a narração da outra, vez ou outra ela comia alguma coisa que estava exposta na toalha e apreciava o sabor que explodia tão mais saboroso que qualquer outra coisa que havia de ter comido. Desejou poder ficar ali durante vários e vários dias.

— E como tem sido sua vida aqui em Londres, Gê?. — Perguntou a loira com um sorriso gigantesco nos lábios.

Londres?, a ruiva indagou mentalmente olhando para os lados perdida. Como havia chegado a Londres? Como ainda estava enxergando? Tudo estava muito estranho para ela. Tentou lembrar-se como havia chegado até aquele lugar, mas nada veio à sua mente. Não lembrava-se de ter saído do acampamento, muito menos da Grécia. Seus olhos ficaram fitando à frente, mas a ruiva não estava prestando atenção no que via, estava mais focada em sua mente, tentando resgatar qualquer lembrança anterior àquele lugar. Nada lhe vinha. Estava prestes a perguntar a Alice como haviam chegado ali quando um movimento chamou-lhe a atenção. O som de patas sobre a grama, bem próximo dela.

Por extinto a semideusa levantou-se sobressaltada e pronta para atacar o ser que surgira do nada, contudo não chegou a fazer nada a não ser abrir a boca em total espanto e fitar, incrédula, o ser que estava ali. Achou que estava ficando louca, isso explicaria toda a situação até o momento e porque motivo estava olhando para um coelho que trajava roupas formais e tinha um olhar tão esperto quanto o de um humano. Ele era um ser interessante demais. Já havia visto monstros e outros animais inteligentes durante sua vida, ok, não visto exatamente como via o coelho, mas os vistos de certa forma. Talvez por estar com uma perfeita visão que a cena do coelho havia lhe chamado a atenção deste modo. Ela ficou alguns segundos fitando o bicho que pareceu fazer uma careta para ela e sair de lá, mal-humorado. Alice disse algo que Genevieve entendeu como “irei buscar mais chá” ou “iriri e chácháchá”, seja qual fosse o que a garota tenha dito a ruiva não deu a mínima atenção, pois no momento seguinte já estava seguindo o mal-humorado coelho que se esgueirava pelas árvores e plantas como se fugisse, ou como se estivesse atrasado. Mas, coelhos ficavam atrasados?


• • •


Muitas árvores passaram a seu redor como vultos, a meio-sangue já não sabia exatamente onde estava; perdeu-se mais ainda, se é que isso fosse possível. Seus olhos estavam focados no pálido bicho que corria voraz à sua frente, suas pernas trabalhavam rápido tentando acompanhar o coelho o máximo que podia. Coelhos são assim tão rápidos? Finalmente ele parou em frente a uma árvore tão grande e com o tronco tão largo que Genevieve calculou que teria de ter mais umas 18 pessoas junto dela para que pudessem circular toda a planta. O coelho farejou uma vez algo entre duas grandes raízes da árvore antes de sumir. A ruiva desejou silenciosamente não ser tão curiosa assim, mas enquanto desejava seus pés já se moviam até o local onde o bicho estava anteriormente.

Colocou uma mecha de seu longo cabelo rubro atrás da orelha e ajoelhou-se perto do buraco no qual o animal havia entrado. Seus olhos tentaram ver além da fenda, mas só o que havia era trevas. Por um segundo ficou com pavor de ter ficado novamente cega e afastou-se tão rápido que escorregou na beirada da enorme toca. Seu pé derrapou, suas mãos não encontraram sustento e sua voz não conseguiu chamar por ajuda antes que ela adentrasse para o negrume abaixo.

Ela caiu, e caiu, e caiu.


Chapter Two

A queda era interminável, pelo menos parecia. Depois de três metros Genevieve desistiu de gritar e passou a ver o que parecia irreal ao seu redor. Caindo junto com ela havia quadros famosos, flores, instrumentos musicais, livros, bonecas e carrinhos, vestidos; entretanto, tudo que estava ao seu lado não parecia cair na mesma velocidade que a garota, ou quem sabe as coisas nem ao menos estavam caindo, e sim estavam estáticas no ar. Olhou para o chão, mas não havia chão para o qual olhar, tentou agarrar algumas coisas ao seu lado, mas tudo escorregava de suas mãos como se fossem feitos de manteiga. Onde estou? Uma luz surgiu no fundo, talvez o chão. Neste momento que Genevieve voltou a gritar, se era realmente o chão ela sentiria sem dúvida muita dor ao acertá-lo. Enquanto gritava letras pareciam sair de sua boca, como legendas à onomatopéia de seu grito. “Aaaaaah!” coloridos e brilhosos se espalhavam pelo estranho cenário e tornavam todo aquele dia ainda mais bizarro do que já era.

O chão se aproximava.

“Aaaah!” verde com bolinhas douradas.

Faltava apenas poucos metros para ela atingir o solo.

“Aaaaaaaaaah!” em 3D com luzes azuis em neon..

E finalmente ela havia tocado o piso!

“Aah! HAHAHA! EU TÔ VIVA!” vermelho com luzes e enfeites ao redor.

Quando atingiu o chão, nada aconteceu a ela, era como se não tivesse caindo mais do que um metro ao invés dos quase 50 metros que afundara. O piso atingido era literalmente um piso, e não um chão de pedras e terra como era de se imaginar de uma toca gigante de coelho. O piso era em xadrez preto e branco tendo algumas decorações douradas e marrons com desenhos de figuras gregas diversas, desde monstros a heróis. As paredes eram altas e feitas de mármore, não havia qualquer lâmpada ou tocha, entretanto o salão que se encontrava era extremamente claro. ”Onde estou?”

Genevieve deu um passo à frente e o som dele pareceu ecoar por todos os lados do enorme salão que parecia não possui fim. Durante toda a sua vida, principalmente depois de descobrir ser filha de um deus, a menina sabia que o excesso de silêncio nunca era bom, ainda mais quando você quebrava este silêncio. Ela permaneceu imóvel, rogando pragas sobre seus próprios pés pesados. Ela estava usando um salto? Genevieve só havia notado o sapato quando olhou para seus pés para amaldiçoá-los. Era um par de saltos alto negro que se assimilava a um sapato de boneca; de colegial. Notou então o resto de seu vestuário, para o qual não havia dado a mínima atenção anteriormente. Usava uma meia-calça fina branca e um vestido negro que caia até seus joelhos, com babados na ponta e as costas abertas com detalhes minuciosos sobre ele. O vestido era bonito, e uma mistura perfeita de um modelo antigo e um atual. Ela não lembrava de possuir aquela roupa. Passou novamente a mão em seu cabelo, porém ao fazê-lo acabou o encontrando preso numa maria-chiquinha que deixava sua franja solta tendo um fino arco sobre sua cabeça. Genevieve ficou ainda mais confusa do que se encontrava no início. Seu cabelo estava solto antes, tinha quase certeza que vestia um vestido vermelho anteriormente e como diabo estava enxergando ainda? Era tudo muito confuso para sua cabeça; tudo muito mais surreal do que sua própria vida fantástica. Não pela primeira vez – e nem pela última – a ruiva não sabia o que fazer.

— Hey! Você, novata! É, to falando contigo mesmo, cabeça de ferrugem! — Uma voz repercutiu pelo ambiente como o eco de um sino, vinha de todos os lados e era grossa e estridente ao mesmo tempo.

A garota procurou pelo dono da voz, mas não havia ninguém para ver, nem mesmo nada além do chão e das paredes. Ela irritou-se enquanto a voz continuava a chamá-la, queria saber quem era só para dar uma boa surra na pessoa por fazê-la de palhaça. Não importa para onde andasse a voz parecia sempre estar perto dela, apesar de Genevieve não ver seu portador. Já estava desistindo de encontrar a pessoa, e admitindo que estivesse enlouquecendo, quando olhou pro piso e viu que uma das figuras desenhadas em ouro se movia ao seu lado tentando chamar sua atenção. Aquele desenho era o portador da voz.

— Você está super atrasada pro chá! Acho até que mais do que aquela garota Alice estava, Vai logo! Ali, ô! — A figura dourada do que parecia ser uma porta (ou era um javali? O desenhista não era muito bom não) apontou para a parada onde havia o desenho de uma mão. Aquilo estava ali antes?

Por um segundo ela hesitou. Não fazia a mínima idéia do que estava realmente ocorrendo. O desenho mencionara Alice e um chá, será que ele falava da Alice de Wonderland? Ou a Alice que conhecia e estava em algum lugar à 50 metros acima da cabeça da semideusa? Ela não gostava de se sentir confusa, não gostava de não saber o que estava acontecendo. Pensava que não ser cega eliminava os sentimentos como não saber o que ocorre ou similar, afinal você está vendo, entretanto isto não era verdade. Sentiu-se acuada por aquele sentimento tão conhecido, o sentimento de impotência. Durante sua vida toda essa estranha e ruim emoção a perseguiu, como um bully de colégio que surge do nada apenas para te atazanar. De todos os sentimentos possíveis aquele era o que mais odiava, pois junto dele vinha lembranças que tentava a todo custo esquecer.

Abafou seus pensamentos e caminhou até a direção apontada pelo javali-porta. Sabia que provavelmente estava indo para uma armadilha ou similar, as coisas tendem a dar errado quando se é filho de um deus, seja qual for. Genevieve pôs a mão onde a figura de uma mão estava entalhada, pintada totalmente de dourado. Assim que a tocou sulcos surgiram por toda a extensão da parede e do chão, preenchidos por um líquido tão dourado e brilhante que se assimilava ao ouro líquido... “ou ao sangue dos deuses...” Seus olhos seguiram as fendas que preenchiam-se da coloração dourada, perguntando-se o que aconteceria em seguida. Não poderia ser algo muito bom.

As fissuras se preencheram em alguns segundos, entretanto, do contrário que a menina pensara o líquido dourado não parou de jorrar de seja lá de onde estivesse vindo. A sala, em questão de segundos ficou inundada por aquele mar de ouro, e Genevieve se vira tentando manter-se emersa apesar do fluido parecer sugá-la para o fundo. Segundos depois o líquido cobrira todo o ambiente que de repente havia ganhado um teto. Quando a ruiva imaginava sua morte, certamente não imaginava ser afogada por sangue de deuses ou o que quer que seja aquilo. Ótimo, morreria no fundo da terra, sem saber como havia chegado ali, o que estava fazendo ali e como diabos foi morrer tão estupidamente. Pelo menos havia uma coisa boa nisso: não precisariam enterrá-la, já estava dentro de sua cova mesmo.

E, como a vida de um semideus, tudo mudou de repente.

A ruiva fechou os olhos fortemente, esperando ser levada pela morte a qualquer minuto, esperando que o ar em seus pulmões não fosse mais suficiente e que por impulso seu corpo a forçasse a respirar o líquido e então morresse. Entretanto, isso não ocorreu. No momento em que a falta de ar tornou-se insuportável e a filha de Tmolo necessitou de ar a única coisa que aspirou foi oxigênio e essências de flores e do cheiro de chuva. Seus olhos abriram-se lentamente, com medo do que poderia ver (ou não ver).

— Como diabos...?— Não completou a frase por estar abobada de mais com toda aquela situação esquisita.

Estava sentada à mesa, uma mesa extremamente comprida com tanta comida e bebida que poderia alimentar todo o acampamento e a vila romana por três semanas. Genevieve ficou hipnotizada por uma torta de chocolate e talvez por isso não notara o resto do ambiente que se encontrava. Obviamente ela não iria comer nada ali, ainda tinha seu senso para saber que tudo podia não passar de uma armadilha qualquer ou no mínimo estarem envenenadas. Ajeitou-se desconfortavelmente na cadeira de mogno e mais uma vez notou que sua roupa havia mudado. O que diabos estava acontecendo? Ela havia virado uma filha de Afrodite e ninguém a contara? Substituindo o vestido negro estava um vestido branco curto com detalhes em marrom e verde, com folhas e flores que pareciam crescer e se mexer por ele. Seu sapato era de salto e marrom, o salto entalhado como o tronco de uma árvore, enquanto pequenas flores decoravam sua frente parecendo mudar de cor e formato a cada segundo. Poderia ficar observando o lindo vestido e o sapato e suas estranhas mágicas por horas a fio, mas trocou o olhar para uma colher que estava sobre a mesa para poder ver seu rosto. Estava maquiada, o que era algo extremamente incomum e bizarro pelo simples fato de que (pelo menos há algumas horas) Genevieve era cega. Um batom vermelho preenchia seus lábios, estava com um blush e até mesmo uma sombra luminosa sobre seus olhos heterocromáticos, um castanho claro quase mel e o outro verde. Sentia falta de ver seus olhos coloridos, sentia falta de ver seu próprio rosto. Seu cabelo estava solto e com grandes cachos, e sobre sua cabeça havia uma tiara de flores, as quais mudavam assim como as flores de seu sapato.

— Está linda, minha querida.

Era a voz. Era ela.

A única voz que nunca mais queria ouvir, o único ser que lhe causava arrepios mesmo quando não estava próximo. A única “pessoa” que só aparecia em seus sonhos. Queria levantar-se e correr, mas para onde iria? Não sabia como sair dali assim como não sabia como havia chegado. Seu consciente gritava por socorro, mas seu orgulho gritava por uma briga justa. Mas não haveria brigas justas com aquele ser, nunca haveria.

A ruiva olhou o local ao seu redor, estava ainda debaixo da terra, entretanto ao redor da mesa e por todos os lados plantas erguiam-se com toda sua beleza. Monstros estranhos caminhavam entre elas, regando-as, acariciando-as e até mesmo conversando com elas. Fitou, ou pelo menos tentou fitar,  a outra ponta da mesa onde supôs que ela estaria. Gaia.

— Princesa, foi muito fácil traze-la aqui, sabia? Você não se esforça muito. — Disse a titã com um tom engraçado na doce a maternal voz, chamando-a pelo apelido que a mãe da meio-sangue a chamava quando menor.

Do contrário dos sonhos que tivera com Gaia agora ela não sentia medo, nem mesmo receio de estar na presença do ser que destruiu o local que considerava a sua casa. Ao invés dos sentimentos de temor e tristeza vividos em seu sonho, Genevieve sentia apenas raiva e uma grande vontade de entrar na brincadeira sarcástica que era a conversa da “mãe natureza”. E foi exatamente isso que ela fez, logo depois de jogar as pernas em cima da mesa e jogar um morango em sua boca, saboreando todo o delicado e doce gosto da fruta, sem se importar com veneno ou não.

— Não me esforço quando sinto que não preciso me esforçar... Como é o caso aqui. — A ruiva sorriu ao termino de sua frase com um sorriso na direção onde a silhueta de Gaia estava ao fim da mesa.

— Você é engraçada, minha querida. E forte por tudo que passou. E ainda temos algo em comum: eu, a terra. — A mulher sorriu enquanto se levantava da cadeira e caminhava para próximo de Genevieve.

Pela primeira vez a menina via a titã vestida de uma forma totalmente diferente da que ela costumava se vestir ao surgir em sonhos. Não estava com aquela roupa de lama, folhas e galhos, e sim com um longo vestido medieval de rainhas negro, marrom e verde com detalhes lindos de flores. Uma coroa de louro dourada circundava sua cabeça como se fosse à coroa de uma rainha. Seus olhos estavam cobertos por um pano de renda negra. Seus longos e perfeitos cabelos meio esverdeados caindo até sua cintura e estavam enfeitados por flores (ou elas surgiam do nada?). Gaia sorriu e estendeu a mão na direção de Genevieve.

— Você tem uma escolha a fazer, minha querida. Venha para o meu lado e eu posso oferecer aquilo que os deuses tiraram de ti. E muito mais. — Propôs a mulher.

Genevieve sabia sobre o que ela falava, sobre sua visão. Mas, os deuses que tiraram sua capacidade de ver? Isso não fazia sentido algum, afinal Genevieve lutava pelos deuses na guerra. Entretanto... A ruiva tinha poderes muito ligados à terra, um ataque dela poderia ser revidado por Gaia com facilidade e todos acabariam machucados pelo uso dos dons da ruiva. Os deuses teriam a coragem de cegá-la propositalmente para que a ruiva não colocasse em perigo os demais com seus dons? Mas, ela ainda tinha suas habilidades com machados e luta e qualquer outra capacidade não sobrenatural. Ela ficou estarrecida com aquilo. Afinal, estávamos falando de deuses. Deuses que por muito menos haviam matado e transformado humanos em animais, deuses tão cruéis e egoístas quanto titãs. Deus que abandonavam seus filhos, jogando-os em acampamentos que os treinavam para serem armas contra qualquer coisa que aborrecessem eles. Sim, era possível que os deuses tivessem feito isso com seus olhos...

Entretanto, Gaia havia destruído seu lar, Gaia havia sido o motivo para que os deuses (se é que haviam sido eles) tivessem tirado um de seus sentidos, logo a causadora de parte de suas tristeza e impotência era aquela mulher ali, à sua frente, não os deuses.

Muitas conclusões passavam por sua mente uma em especial finalmente surgiu, trazendo um sorriso a face de Genevieve. A ruiva jogou a cabeça para trás e quando voltou a olhar para Gaia estava com uma careta engraçada na face. Pegou mais um morango, o qual mergulhou numa calda de chocolate antes de comê-lo. Ainda mastigava a fruta quando retornou a falar.

— Sabe o que é mais engraçado? — Perguntou a prole de Tmolo de boca cheia. — Só notei que estou sonhando agora, e por causa de você. Então, obrigada, mas eu passo seu convite. Passar bem.

Dito isso Genevieve levantou-se da cadeira e fechou bem os olhos. Uma risada saiu da garganta de Gaia antes da meio-sangue sentir que uma lâmina atravessava sua barriga. Deixou-se morrer no sonho, sem qualquer reação, apenas ouvindo as palavras de Gaia que ecoaram enquanto Genevieve beirava entre o seu subconsciente a o despertar.


Chapter Three

Não acordou gritando, suada, com medo, nem no chão depois de cair da cama. Despertou como se tivesse acabado de ter o sonho mais normal e tranqüilo de sua vida, o que não era tão verdade assim. Por outro lado, também não havia sido seu pior sonho. Levantou-se da cama, calçou o seu chinelo e saiu para ir tomar banho, como em qualquer outro dia de manhã: sem cores, sem formas, apenas a escuridão, a qual parecia tão confortável quanto o abraço de um amigo. Apesar de estar se sentido bem ela lembrou-se nas últimas palavras de Gaia antes de seu sonho findar-se.

“Faça o que desejar agora, princesa, entretanto quando chegar a hora e seu novo lar for destruído sei que você virá para o meu lado.”

Genevieve tirou três conclusões disso: a) Gaia tinha uma vidente muito ruim que dizia o futuro errado para a “mãe-natureza”; b) A titã era muito burra em achar que conseguiria destruir este novo acampamento; e, c) Genevieve precisava melhor suas habilidades para poder fazer o que desejava agora e em qualquer momento. Em suma, não deixaria mais nenhum deus ou titã interferir em sua vida, sonhos ou futuro.


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Mensagem por Hades Sex Ago 09, 2013 10:54 pm

No final, não tenho muito o que dizer. Admito que esperava outra coisa, mas gostei bastante do jeito que você levou a missão. Levando a Genevieve por entre o País das Maravilhas... Tem uma boa coerência/coesão, criatividade, busca e o resto. Demorei pra postar o resultado por-causa-de-que não conseguia pensar em uma recompensa. Espero que essa sirva bem, mesmo matando a lógica D:

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