[Missão interna] No Light - Bosque Perdido

Eu acordei com uma luz imensa batendo nas minhas pálpebras. O Sol mal havia nascido e já estava invadindo o chalé VI pela janela entreaberta. O vento balançava a cortina e a luz, sem piedade alguma, me acordou. Olhei para o relógio em frente a minha cama: Cinco horas da manhã, em ponto. “Obrigada, Apollo!” Suspirei, levantando com um sorriso irônico em direção à luz. Decidi, em uma fração de segundos aproveitar o sol ainsa frio e ir treinar um pouco. Coloquei um short e uma camiseta branca, um pouco maior que eu, me permitindo flexibilidade. Eu confesso não ser muito boa de luta armada, mas também não me definiria como ruim ou péssima. Prefiro jogar com o psicológico do adversário, mas eu, com a espada em punho, crio estratégias para cansar o oponente, tanto mental como fisicamente.Mas consigo dar poucos golpes certeiros. Parei de lutar perto do meio-dia. Cansada, fui tomar um banho de rio. Ri com as náiades até sentir-me mais descansada e ir para o refeitório. Cheguei lá encharcada, molhando tudo e depois fui pro chalé. Dormi assim, toda molhada, sem ao menos tomar um banho até o fim da tarde, por volta das quatro e meia quando tomei um banho demorado e me dei até o luxo de esfoliar o corpo. Na hora de escolher a roupa, ainda de toalha, olhei pela janela e vi o sol começando a se por. Queria dar um passeio, relaxar a mente das brigas com a Jessie, pelo menos um pouco... Quando lembrei que tinha ouvido de um seguidor da perfeita Nyx falando da beleza incrível de um bosque dentro da floresta. Um lugar incomum, e eu decidi ir explorar. Coloquei uma calça jeans grossa, uma camiseta de mangas longas e um casaco, pois a noite a floresta seria fria, eu imaginei. Calcei um tênis e coloquei meus presentes de reclamação como jóias em mim  e meu chicote de espinhos com ponta espinhosa amarrado na minha cintura, sem imaginar que eles seriam necessários. E assim, saí. Passei por um grupo de campistas comendo besteira ao redor de uma fogueira, pelo rio e entrei na floresta por uma trilha pequena que logo desapareceu, assim que a lua começou a subir no céu.Eu não fazia nem ideia de qual direção seguir, então fui “sempre em frente” até perceber que eu estava perdida. Não era a primeira vez que eu passava por determinadas arvores. “Uma ótima ideia, Katherine. Sair por aí a noite, sozinha por dentro de uma floresta densa. BASTARDA IDIOTA!” Pensei. Enquanto tentava ir na direção contrária procurando voltar, meio sem senso de direção; para ler um livro de contos já que eu não nasci para aventuras. Foi quando me vi no bosque. Eu não saberia em mil anos descrever o bosque, pois no escuro, sem a lua iluminá-lo, só dava para ter noção que era um lugar cercado por altíssimas árvores. Eu decidi esperar pela luz da Lua para poder conhecer melhor o lugar. Procurei uma árvore mais baixa tateando e me encostei nela, sentando no chão quando folhas secas fizeram barulho no silêncio absoluto da floresta densa e um barulho forte de galhos quebrando me assustou, me fazendo ficar em pé no segundo seguinte, no escuro. EU DEFINITIVAMENTE NÃO ESTAVA SÓ, e aquele vento frio que congelou minha espinha garantiu isso. Empunhei em silêncio o escudo e me agachei, me cobrindo com o mesmo; quando tudo ficou quieto e eu escutei uma voz grossa, sombria e estranha falar: - Ora, ora... Vejo que receberei mais um prêmio! E ele se jogou para cima de mim. Não tive tempo de me encolher mais quando o algo - ele- de duas vezes o meu tamanho e de quatro Katherines de largura veio em minha direção rapidamente. Eu bati na árvore mas ele se surpreendeu com o meu escuro e de afastou uns centímetros. Em centésimos levantei e juntei minhas forças e empurrei o escudo em direção ao espaço vago atrás dele, o que o fez andar um passo para trás. Rapidamente me levantei e puxei meu chicote de espinhos com ponta afiado o jogando no ar. Atingiu o corpo dele, e eu cega na escuridão não vi aonde. Eu não o via, apenas o sentia. E o que senti já era assustador o suficiente. Ele era tão escuro quanto as trevas, se não fosse o brilho dos olhos passaria despercebido. Ele era totalmente acostumado com a escuridão, e eu nem via um palmo a minha frente. E creio eu que ele já era ambientado com o bosque, então... Conclusões óbvias sobre a minha situação: Ele tinha todas as vantagens possíveis, incluindo a visão que me faltava. Ele não queria meu bem e era odioso. Era bem mais forte que eu. E claro, eu ia morrer. Joguei meu chicote de novo quando ele me atacou com algo pontiagudo que podia ser garras ou algo fino, como agulhas; que feriu meu braço quando eu não desviei por não ver. Ele estava brincando comigo. Em dois segundos eu invoquei algumas corujas que rodearam ele. Por elas serem claras me diziam onde ele estava, o qual se sentiu confuso por um pequeno espaço de tempo que eu aproveitei e investi na cabeça dele com o chicote com toda a minha força. Me cobrindo com o escudo com a mãe esquerda. O chicote fez um barulho de rasgo quando atingiu ele e eu puxei com força pra tentar piorar o estrago. Ele fez um barulho estranho e cambaleou bem pouco para trás. E ele adquiriu raiva, o que não foi legal. Fez um barulho horrível quando as coisas pontudas arranharam meu escudo em vez da minha pele na investida dele, mas eu cai pra trás, no chão, com meu pescoço bem em cima de uma pedra que o machucou feiamente. Eu não tive tempo para ver que a lua estava atingindo o topo do céu, começando a iluminar o bosque quando me cobri com o escudo - reluzente de Athena - que reproduziu a luz da lua bem na cara horrenda (e inexplicável) do bicho/monstro/coisa. Ele urrou/berrou/gritou e andou uns passos para trás. Levei um segundo para compreender que a luz o feria. Levantei, e sem querer, tivei o escudo do lugar e ele veio em minha direção correndo, eu só vi por causa das corujas e porque estava um pouco mais iluminado. Ele correu pra mim e eu empunhei a espada que afundou na carne dura dele, creio que no lugar da sua barriga. Ele andou para trás quando eu tirei a espada e cravei-a de novo um pouco acima. Suas garras, (sim, eram garras) cortaram o ar acima da minha cabeça e ele me levantou pelo pescoço com força, sangrando e me jogou no ar. Cai num pedaço de madeira que cortou minhas costas e eu só senti o líquido quente escorrendo de mim. Enquanto ele examinava seus machucados, eu me arrastei e puxei o escudo. Sem forças, fiz o escudo reluzir bem nos olhos dele e gritei de dor, quando meu corpo quis parar pelos machucados. Ele caiu com queimaduras da luz quando eu me arrastando peguei a espada e fui até ele. Sem tirar a luz dele. Tive de relance a dúvida de como matá-lo, por prevenção, cravei com o restinho de forças que me sobrou no coração dele e ele desfaleceu. Mas eu, ainda insatisfeita, subi nele e cortei sua cabeça fora. Nesse instante, eu caí no chão. Com minhas energias acabando, criei um pequenino pé de oliveiras, e como meu querer o fiz produzir alguns frutos. Ao comer os frutos, tive meus ferimentos parcialmente curados e pude me mover melhor. Levantei, arrumei minhas armas e fui caminhando lentamente pela floresta. A Jessie já tinha sentido minha falta, eu tinha certeza. Ela já estaria vindo me procurar. Nossa ligação já teria mostrado a ela que eu não estava nos meus melhores momentos.

Give me love like never before...

*roupas: aqui e aqui"