Treinos - Evelyn Olsen.

por **Evelyn Olsen** Sex Ago 17, 2012 6:15 pm

Frente a frente com a fera.

Uma tempestade caía com do lado de fora, por trás das janelas encharcadas devido à pequena tempestade que ocorria ali. Dentro do carro, a adolescente de apenas dezesseis anos mantinha-se de braços cruzados, vestido de um casaco branco. As pernas estavam esticadas em cima do porta-luvas, com a calça jeans levemente molhada, no piso a frente do banco, uma mochila da escola jogada. Olhava com uma expressão severa no rosto para as luzes que vinham dos letreiros acesos na noite.

Um brilho avermelhado chamou a atenção frente ao para-brisa do carro, o sinal de trânsito havia fechado, ao seu lado, no banco do carona, sua mãe batia freneticamente os dedos contra o volante, parecia nervosa, havia lhe contado uma história esquisita sobre Deuses e monstros que existiam, e que ela era filha de uma Divindade, mesmo que esta não soubesse exatamente qual. Bufou, odiava o fato de ser o último de saber das coisas, vivera por todos esses anos em uma farça.

O sinal abriu a sua frente, o carro arrancou. O som dos pneus marcaram sua vida para sempre, pareciam cantar diante da enormidade de água que se mantinha no chão, ao lado, um enorme caminhão veio com tudo, desrespeitando algumas regras de trânsito e atingindo a lateral do Fox em que a jovem estava.

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Abriu os olhos impulsivamente, levantando o tronco com ímpeto, ficando sentado na cama. Demorou alguns segundos para lembrar onde estava, era o Acampamento Meio-Sangue, após um ano tentando, conseguira chegar ali, finalmente. Estava no Chalé do Deus Hermes, onde seus filhos ficavam junto de outros não reconhecidos por seus pais, e Evelyn era um desses.

Os olhos castanhos escuro pareciam tremer, seu corpo estava completamente suado, aquele pesadelo a seguira pelos últimos anos, a maldita morte de sua mãe, o dia em que a fuga começou, haviam acabado de chegar a New York, vinham de Munich, na Alemanha, onde nasceu. Roubava para viver, muitas vezes foi pega e castigada, o corpo ainda tinha algumas marcas. A respiração voltou a se estabilizar após alguns minutos.

Tudo a sua volta era apinhado de campistas, alguns já acordados, outros ainda não, por uma janela no lado oeste do Chalé via a luz do sol, já era dia, provavelmente, umas sete e quarenta e cinco da manhã. Suspirou, tomando o rumo do banheiro, ali, trancou-se. Em um primeiro momento molhou o rosto na pia, olhando-se no espelho, fitou seus olhos e os cabelos, agora um pouco mais longos do que de costume, de cor negra, estava vagamente bagunçado, afinal, ela acabara de acordar.

Foi tomar um banho, a água caía sobre seus ombros e parecia lavar não só seu corpo, como também sua alma, o que lhe gerava uma sensação bastante agradável. Ficou por minutos ali embaixo sem nem se quer se mexer, até que, por fim, saiu, secando-se e vestindo-se com uma calça preta, rasgada levemente no joelho esquerdo, uma camisa branca e um tênis esportivo, saindo, então, daquele lugar.

Dirigiu-se com calma ao refeitório, um dos locais mais altos dali, Quíron permanecia inerte em seus pensamentos, sobre as quatro patas de cavalo marrom, parado enquanto olhava tudo ao redor. Fez sua oferenda, pedindo que fosse reclamada por seu pai, seja lá quem este fosse, e comeu em silêncio, no canto mais vazio que achou, por fim, saiu para caminhar, tinha uma hora marcada na Arena.

Aos poucos, adentrou a grandiosa Arena, os passos calmos e ritmados, na cintura, a Adaga de Bronze que ganhara assim que chegara ao acampamento, pronta para um ataque. Confirmou o horário que tinha e adentrou no local, prestando atenção com o que teria de lutar. A sua frente, um cercado permanecia suspenso, a criatura deveria ser um tanto sagaz para terem de mantê-la assim. A porta se abriu, de lá, um grande Cão Infernal saltou, era gordo, o que lhe fez pensar em rir, entretanto, tal animal saltou contra a campista, Eve mal teve tempo de desviar, vendo-se frente a frente com aquele Cachorro, sorriu sarcasticamente, o desafio brilhou em seu pensamento.

- Ótimo... Finalmente um desafio a altura...

Olsen puxou a Adaga da cintura, girando a lâmina por entre os dedos, o sangue corria com força por entre suas veias enquanto a adrenalina pulsava dentro de seu corpo, um zumbido constante bateu em seus ouvidos, era clara a emoção da batalha correndo dentro de si, conhecia o corpo por inteiro, sabia de suas capacidades e limites. A mente viajou por entre as possibilidades, seria um tanto complicado vencê-lo apenas com uma simples Adaga de Bronze, porém nada impossível. Era hora de usar a cabeça, não simplesmente a força.

O Animal parecia farejar sua adrenalina, com o mesmo ímpeto de antes, avançou, estava claro que era ágil e muito forte, seu físico era no mínimo o triplo do de Evelyn, que, novamente, desviou, rolando seu corpo para o lado, entretanto, teve a lateral da camiseta rasgada. Afastou-se novamente, precisava pensar em algo rápido, ou seria dilacerada pela criatura. Manteve-se frente a frente com a besta, afastando-se com as costas em direção a parede, respirando ofegante, não se sentia cansado, era apenas a excitação do combate.

O Cão parecia decidido a pegar aquela garota e fazê-la de almoço, com vontade, avançou novamente, entretanto, dessa vez, a semideusa tinha algo em mente, atrás de si, o baixo muro que separava a arena das arquibancadas permanecia firme, o usaria. Jogou-se para o lado com tudo, batendo o lado do corpo no chão de terra batida, sentindo um pouco de dor, mas não se importando com o detalhe, novamente pondo-se de pé com a adaga a postos, enquanto o animal batia com tudo contra a mureta, rachando o concreto e o deixando levemente atordoado. Com um leve balançar de cabeça, pareceu voltar à forma e ponto de equilíbrio, dando continuidade a batalha.

- Vamos criatura feiosa...

A criatura parecia satisfeita com o combate, de certa forma, Eve se identificava com ele, ambos eram decididos e pareciam gostar de desafios, entretanto, olhando nos olhos do Cão, estava claro que ele já sentia-se vitorioso. Aquela expressão vitoriosa começava a lhe irritar, a sentia na pele, como em cada vez que fora pega afanando comida, algo a invadiu, era a perseverança, batalharia com a vida, mas não permitiria que fosse derrotada por tal criatura arrogante.

O embate prosseguia, o Cão novamente avançou, mas, desta vez, a poucos metros, saltou com as patas dianteiras abertas, como se o abraçasse, tirando-lhe a capacidade de um desvio pelas laterais, só tinha uma chance e era agora, rolou o corpo por baixo do oponente, sentiu uma fisgada no ombro esquerdo, mas pôs-se rapidamente de pé, voltando ao centro da Arena, olhou para o lugar onde doera, a pata traseira da criatura havia se apoiado ali e lhe causou um arranhão, rasgou o ombro da camisa e junto a pele, penetrando na carne. O braço vibrou com a dor, mas tinha de ignorar.

O sangue descia ameno, parecia ter sido um pouco profundo, mas nada que o trouxesse grandes dificuldades. O animal farejou o sangue, seus olhos pareciam famintos agora, talvez fosse o cheiro do líquido que descia por seu corpo. Sorriu para o Cachorro, agora descreviam um círculo, como se encarando, sabiam que se continuassem se matariam. Evelyn, novamente postou-se com as costas voltadas para a parede, o sangue havia distraído a criatura, era claro isso.

Ele avançou violentamente, saltando novamente, estava claro, não havia escapatória. Eve sentiu as costas baterem contra a parede, e então, jogou-se deitado no chão, sentiu a parede atrás de si estremecer com a pancada, novamente ele rachou o concreto. Com agilidade, Olsen passou a lâmina da Adaga pela barriga do animal, sentindo seu sangue cair. Urrou.

Se arrastou para longe, a criatura abocanhou seu pé direito, o que fez com que a garota o puxasse com força, deixando o tênis para trás. Com pressa, se levantou, correndo para o outro lado.Lançou um olhar desafiador para o animal, conseguira o ferir, estava furioso. Evelyn sorriu secamente, saltou e pendurou-se na antiga prisão do animal, subindo pela corrente enquanto o Cão permanecia ali embaixo, vagando em círculos atento em seu alvo. Ele foi ao topo, e, com a Adaga, soltou a estrutura, fazendo-a cair com força. Seu corpo bateu no teto das grades e viu-se do lado contrário da jaula, enquanto o cachorro o fitava do outro.

Começou novamente a caminhar em direção à parede, dessa vez, puxava a jaula consigo, com muito esforço devido à dor no ombro. Foi virando seu corpo lentamente de modo que ficasse na frente da porta. O animal viu sua presa encurralada, e, com o instinto, atacou com tudo. Evelyn desviou, sentindo as garras rasgarem seu braço esquerdo novamente com intensidade, mas, dessa vez, o animal bateu com tudo nas grades de metal, juntas a parede, o que o fez cair de lado na jaula.

Olsen levantou-se fechando a porta novamente com a criatura ali dentro, agora semiconsciente. Suspirava, o olhando ali, caído, pegou o cadeado grosso no chão e fechou a porta, deitando-se finalmente no centro da Arena, fitando o teto. Por hoje bastava de tantas emoções.

- Um dia resolveremos nossos assuntos, mas por hoje basta.

Assim, a campista se levantou bastante suja devido ao sangue e a terra do chão, partindo em direção a Enfermaria...

Spoiler:

Obs:Sou nível 1, então não seria capaz de matar um Cão Infernal, ainda mais sem ter sido reclamada, por esse motivo a batalha terminou com a prisão do Animal.

por **Demigods** Sáb Ago 18, 2012 12:58 pm

Avaliada e Atualizada!

85 XP - Parabéns pela coerência!

Treinos - Evelyn Olsen.

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Re: Treinos - Evelyn Olsen.