Dylan D., The Hunter! ™

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---- Dylan acordou.

As cortinas do chalé de Hipnos estavam monotonamente fechadas, deixando o local morno e aconchegante. O único som era o ritmado pingo de água do Lete, que escorria da papoula, símbolo de meu pai. Espreguicei-me serenamente na confortável cama, ajeitando-me na cama para fazer o primeiro esforço de levantar. Lembrei-me do truque que havia aprendido vagamente, semi-cerrando os olhos para tentar lembrar. Com um sorriso, peguei meu travesseiro e joguei no chão. Imediatamente me levantei, para pegar o travesseiro. Nenhum filho de Hipnos resiste a um travesseiro no chão. Novamente, espreguicei-me, bocejando calmamente. Meu pijama de linho estava tão confortável e quente que quase acabei caindo no sono de novo. Mexi a cabeça furtivamente, afastando o sono. Fui até meu guarda-roupa de carvalho polido, e escolhi uma roupa para sair. Já estava pensando em tal possibilidade fazia um tempo, refletindo a cada minuto, até saindo da realidade...Mal percebi que estava cochilando em pé, até que retornei da minha pequena viagem ao Mundo dos Sonhos. Selecionei a roupa perfeita para ir: Camiseta branca simples, casaco cinza e calças jeans, juntamente com um all star. Caminhei até o banheiro, coçando a cabeça e carregando as roupas nos braços. Fiz a matinal higiene diária. Troquei-me de roupa rapidamente, o que era bem lerdo para um semideus comum. Coloquei a mão a frente da boca e soprei, para conferir se meu habitual hálito de leite morno havia desaparecido. Sucesso. Sai do banheiro imponente, e fui até meu baú de madeira. Havia um tempo que eu não o destrancava. Aproximei meu rosto próximo a sua fechadura, e dei uma leve baforada. Hálito de filho de Hipnos é sempre o mesmo. Um leve " cleq " me informou que o baú havia sido destrancado. Abri a tampa e encontrei uma corrente de prata e uma adaga do mesmo material. Peguei uma mochila branca que estava depositada acima da minha cama, e guardei os dois itens na mesma. Água, ambrosia e néctar eram dois itens que acompanhavam as armas, inclusive uma manga. Ele gosta de mangas. Dylan pensou que isso poderia o atrair...Mesmo assim, não seria fácil. Dylan se encaminhou para as escadas, atravessando o portal da Sala de Estar e saindo para o dia. O sol estava escondido atrás das nuvens, que tinham um tom de cinza enjoativo. Dylan suspirou, mais mesmo assim continuou a caminhar, já sem sono. Seus passos eram abafados pela grama úmida, indicando que a chuva os havia visitado no Acampamento. A floresta já era visível a distância, e começou a se tornar mais próxima enquanto Dylan acelerava os passos. Quando menos percebeu, já estava dentro da floresta, próximo a um monte de folhas mortas. Incrível como um Filho de Hipnos tem a capacidade de sair da realidade por um tempo. Um movimento repentino fez Dylan se virar abruptamente. E lá estava ele. Suas enormes orelhas de abano mexendo freneticamente para capturar qualquer som estranho. Sua bela pelagem branca refulgia a fraca luz do sol que transpassava as nuvens. Seus olhos azuis como o mar encarando Dylan calmamente. O lêmure voador virou a cabeça de lado, como se questionasse: Quem é esse garoto? ; Dylan deu uma gargalhada, que acabou assustando o lêmure. Bateu na própria testa, indicando sua burrice. Dylan tirou sua mochila e jogou perto de um tronco apodrecido de árvore, mas decidiu não usar sua corrente, pois poderia machucar o animal. Procurei através das árvores e achei. Um cipó caído ao meu alcance. Peguei minha adaga de prata, colocando-a na cintura, juntamente com a manga na mão esquerda. Caminhei até o cipó, aproximando-me cautelosamente para o lêmure não detectar nenhum movimento suspeito. Passei minha adaga por um local que julguei dar um bom tamanho, e cortei-o. Me escondi atrás de uma árvore com um movimento brusco, e olhei com cautela. O lêmure estava coçando as orelhas. Sorri, e sai de trás do esconderijo, lançando o cipó exatamente onde ele estava, exatamente isso, estava. O cipó bateu inutilmente contra uma pedra, e bati o pé de frustração. O lêmure havia voado para uma árvore mais alta, e agora me dava a língua:

▬ PARA DE ME TRATAR COMO CRIANÇA! EU TENHO 11 ANOS! - Berrou Dylan, furioso. Várias foram as tentativas de Dylan, uma mais tapada que a outra. Agora ele se encontrava sentado ao lado do toco de árvore, apoiado no mesmo, suspirando.As árvores farfalhavam serenamente com a brisa do vento. O chão úmido da floresta liberava um odor estranho ao nariz de Dylan, que constantemente o torcia. O único som na floresta, deixando de lado os sons naturais, era o de Dylan coçando seus olhos constantemente para tentar espantar o sono. Dylan segurava em suas mãos o pedaço de cipó que havia cortado com sua adaga, e uma manga, que trouxe como lanche. O vento arrepiou os cabelos de Dylan, fazendo-o se contrair repentinamente. Ajeitou o casaco de linho ao corpo, e pois-se de pé para preparar-se para mais uma tentativa. Pegou a adaga com firmeza, e começou a retirar os fiapos do cipó, tornando-o mais áspero. Deu um nó perfeito, formando um laço. Dylan aproveitou a adaga e descascou a manga. Sorriu levemente, imaginando se uma manga teria amnésia, mas ignorou a hipótese. Dylan olhou para uma clareira e o viu. Dois pares de olhos azuis como o seu, pelo branco e pequenas asas semelhante a de morcegos. Dylan movimentou-se levemente e calmamente, como sempre fazia, até aproximar-se o suficiente, escondendo-se atrás de uma árvore novamente. Pegou a manga e jogou-a a 2,5 metros de sua distância pessoal. Ouviu passos nervosos e assustados, mas aos poucos o lêmure foi ganhando confiança novamente em Dylan. Aproximou-se lentamente, e nem percebeu os profundos olhos azuis de Dylan espiando através das árvores. O lêmure estava a dois centímetros da manga agora, e Dylan se preparou. Contraiu seu corpo como um gato ao brincar com um novelo de lã:

▬ PEGUEI! - Berrou Dylan, saltando sobre o lêmure. O animal entrou em estado de pânico. Berrava mais que Dylan, contorcendo-se e arranhando-o. O mesmo não o soltou, e conseguiu passar o laço pelo animal. O pânico do animal só piorou, fazendo-o gritar como louco. Dylan suspirou, e disse:

▬ NÃO PRECISA FICAR EM PÂNICO! NÃO VOU FAZER MAL A VOCÊ! - Gritou Dylan, abafando os gritos do lêmure. Pegou a manga e deu ao lêmure na boca, que ficou meio desconfiado, mas começou a mastigar calmamente. Dylan esperou pacientemente, oferecendo sempre a manga. Em questão de minutos, o animal terminou. Dylan sorriu, e disse:

▬ Acho que já posso te libertar. - Dylan pegou a adaga, e cortou as cordas calmamente. O animal levantou-se e encarou Dylan nos olhos, como se o avaliá-se. Dylan aguardou novamente paciente uma reação, e ficou surpreso. O animal levantou voo, e pousou em seu ombro, lambendo-lhe as orelhas. Dylan deu gostosas gargalhas, e aceitou aquilo como um: " Me adota? "; Observou o horizonte, e foi juntar seus itens para voltar ao Acampamento. Flyer, como Dylan decidiu chamar seu lêmure, aproveitou para invadir a mochila de Dylan atrás de petiscos. Logo depois disso, deitou-se no ombro de Dylan, pronto para dormir.